3 motivos pelos quais eu amo a Rússia

  Quando eu era mais nova, simplesmente idolatrava os EUA. Sério, eu era louca. Meu sonho desde pequena era meter o pé e ir para a terra do Mickey Mouse. Ao passar do tempo, minha visão foi amadurecendo e vi que simplesmente era uma coisa tão fútil que acabei desapegando, pelo simples fato de que:
  1. todo mundo que quer viajar, quer ir pros Estados Unidos
  2. a maior parte do que tem pra fazer lá não me deixa tão animada
  3. na minha humilde opinião, a imagem dos EUA já foi tão gasta, que não há nada que a gente já não tenha visto pela tv
 No tempo vago, acabei lendo/vendo várias reportagens sobre um país que há alguns anos, era rival da tal grande potência. Não foi amor à primeira vista. Eu achava a Rússia muito estranha: a homofobia, a frieza em sentimentos/ações, a política, entre outras. Mas, a cada vez que eu lia um livro russo, ou até mesmo ouvia uma música, percebi um espírito tão vivo, tão animado e diferente, que simplesmente me apaixonei por lá. Decidi listar os principais motivos pelos quais eu amo esse país.

1. Literatura Russa 

Apaixonada por literatura que sou, não ia deixar de fora os autores e obras. O primeiro livro de autor russo que eu li foi "Lolita" do Vladimir Nabokov, que fala sobre o envolvimento de uma menina de 12 anos com um homem adulto. Esse foi um dos primeiros livros (pra não falar o primeiro, mas não tenho certeza disso) que abordou o assunto sem tanto tabu. Eu simplesmente amei o enredo, como tudo foi bem planejado e, principalmente, pela originalidade do autor e, de fato, da obra. Naquela época era comum os pais colocarem o nome de suas filhas de Lolita, mas, após a publicação desse livro, toda essa tradição se perdeu, sendo chamada por esse nome, animais de estimação e até mesmo sendo usado como um palavrão. Semelhante ao que acontece com ninfeta, que era um termo empregado para denominar uma jovem menina. Hoje ambos significam puta ou até algo pior.
Meu outro livro favorito que fiz minha mãe comprar no sebo (mais de R$70,00 nas livrarias. Gosto muito de ler, mas não gasto tanto em um livro só), foi Anna Karenina, do Liev (ou Leão) Tolstói. Conta a hisória de Anna Karenina, casada com um aristocrata russo e que acaba se envolvendo com Vronsky, um oficial do exército. Meus sentimentos pareciam estar numa montanha russa, em que eu não sabia em qual momento eu ficava feliz ou triste. Juro, pura emoção ao ler!
Eu li diversos livros russos, mas posso afirmar que os mais marcantes e que são dignos de se ler pra quem quer conhecer o espírito russo, são esses.



2. Ballet Russo 

O fracasso de tentar entrar em uma escolinha de balé, talvez possa ter influenciado o meu amor pelo mesmo. Quando eu era pequena, minha avó me levou até um condomínio, onde se oferecia aulas de balé. Não me lembro do preço da mensalidade, mas sei que a vó gostou da ideia, então ela colocou meu nome na lista de espera. Nunca fui chamada. Engraçado que eu contava os dias e as noites que faltavam até eles ligarem lá pra casa. Trauma de infância.
O sonho de fazer parte de uma companhia passou, mas o encanto pela dança permanece até hoje. Em 2014, minha mãe decidiu me levar para assistir ao espetáculo de uma companhia russa (não interessa qual o grupo, o ballet russo sempre vai ser o melhor), a Russian State Ballet. Infelizmente, não era o Bolshoi, mas pelo fato de ser um dos melhores já havia me deixado feliz. Assisti "Bela Adormecida" e fiquei ENCANTADA. Sério. A delicadeza, a perfeição, os detalhes.
Esse ano, tanto o Bolshoi, quanto a RSB, vieram ao Brasil. A primeira com "Spartacus" e a segunda com "O Lago dos Cisnes". Não fui por motivos de ser pobre e estarmos passando por uma crise bem braba. Oportunidade é uma coisa que não vai faltar, assim eu espero.



3. Música

Como uma coisa puxa a outra, acabei por ouvir um dos maiores compositores do mundo, que escreveu "O Lago dos Cisnes" e "Quebra-nozes", ou seja, Tchaikovsky. O cara simplesmente fez o que poucas músicas atuais fazem comigo: conseguiu me deixar em êxtase. É como se fosse uma mistura de sensações a cada sinfonia. Simplesmente amo. De um tempo pra cá, criou-se uma polêmica acerca da história dele. De acordo com a biografia, Tchaikovsky teve depressão devido ao fato de que não se sentia aceito pela sua preferência sexual (diz-se que ele era homossexual). Porém, um ministro da cultura da Rússia, afirmou que o mesmo não era. E como fica a verdade nessa história? Sendo gay ou não, o cara fez coisas incríveis.
Sendo um pouco mais atual, uma dupla russa que eu adoro é t.A.T.u. Antes mesmo de ter uma queda pela Rússia, eu já tinha ouvido uma música delas (que no caso é "All The Things She Said"). Essas também fizeram polêmica por lá. Pra ser bem simples e não ficar falando sobre coisas chatas: a política da Rússia (não os russos, ou pelo menos a maioria deles) não aprova opções homossexuais ou até mesmo comportamentos. Essas meninas, Lena e Yulia, simplesmente causaram quando lançaram videoclipes no qual trocavam carícias, tudo supostamente bem afetivo (e até demais). Não só pelo fato de serem talentosas, mas cai entre nós, elas são lindas. Ah, e pra não ficar na dúvida, elas não são lésbicas. Ambas são casadas e têm filhos. Elas diziam que era só para "provocar" e chamar a atenção do público. Ok, né...



Para ser honesta, o objetivo era listar cinco motivos, mas pra ser mais honesta ainda, só foram esses três que me fizeram amar esse país tão rico historicamente e culturalmente. Claro que existem outras coisas/lugares legais na Rússia (não deu pra colocar aqui, mas eu amo a Mãe Pátria), porém o mais importante, para mim, está aí. Apareço quando puder e mоя любовь к русской, вечно !

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